Minha bebê, Zoe, agarrou minha barriga. Fui de videira em videira, de árvore em árvore, tentando achar algo para comer. Talvez algumas frutinhas vermelhas ou formigas? Subi em um galho baixo. Virei e fiquei de cabeça para baixo e pendurei minha linda cauda peluda.
Fiquei olhando para o rio enorme que estava abaixo de mim, observei a corrente de água. Vi três visitantes em uma canoa à frente, seus olhos brilhavam ao observar o lugar exuberante em que estavam. De repente, minha boca começa a salivar e a saliva escorre do meu queixo. O mesmo aconteceu com a pequena Zoe. Um dos visitantes estava segurando um abacaxi grande e delicioso cortado em fatias.
Aproveitei minha chance e pulei no canto do barco.
Zoe ficou assustada, mas disse para ela que tudo ficaria bem. Sem pensar, coloquei Zoe na frente do rosto da mulher que estava lá e olhei fixamente para o abacaxi com meus olhos parecidos com bolinhas de gude da cor de avelã.
Achei que tinha visto a mulher trocar cuidadosamente de mão para pegar o abacaxi delicioso, mas de repente ela para, para pegar Zoe. Coloquei minha bebê no chão, peguei algumas fatias da fruta, segurei Zoe novamente e saltei para evitar a lama. Tudo aconteceu muito rápido.
Fui de videira em videira, de árvore em árvore, todo o caminho até chegar em casa. Saboreie uma fatia grande e deliciosa de abacaxi, adoraria saber se outros animais no Brasil têm tantos problemas para conseguir comer frutas. Talvez isso aconteça apenas com nós macacos. Bem… valeu muito a pena.